Friday, August 25, 2006

Wednesday, August 23, 2006

Tempo todo

A escuridão sabia-lhe bem, muito melhor do que a luz. As drogas estavam a deixar de produzir efeito. Agora Caine podia fugir. Não podia libertar o corpo mas podia libertar a mente. E foi o que fez, deixando-a afundar-se no tempo todo, onde o tempo era apenas um conceito abstracto. Ao olhar para o mundo, para o Agora, o passado e os futuros, apercebeu-se de que, desta vez, havia algo de diferente.
Desta vez não estava sozinho.
...
Está presente uma mulher. É simultaneamente jovem e antiga. Sabe que é bela, apesar de não conseguir vê-La. A Sua beleza irradia do interior. Tal como acontece com ele, Ela dispõe de um saber infinito, mas, ao contrário do que acontece com ele, o saber está já no Seu interior, fluindo através do Seu espírito.
Subitamente, Caine é assolado pelo conhecimento.
Ela - Compreendes?
Caine - Sim. O futuro é amorfo até ser observado. Se lançarmos uma moeda ao ar, existem dois futuros possíveis: num a moeda dá cara, no outro dá coroa. Nenhum deles ganha existência até ser observado.
Ela - Sim. É por isso que as partículas existem simultaneamente em todos os locais possíveis, pois representam simultaneamente todos os futuros possíveis.
Caine - Mas isso está em contradição com a teoria do demónio de Laplace. Laplace acredita que se soubermos uma coisa no Agora, então saberemos tudo o que aconteceu no passado e tudo o que acontecerá no futuro. Se a teoria de Laplace estiver correcta, então o futuro está predeterminado; se for singular...mas o futuro não é singular; é infinito.
Ela - Correcto. A teoria de Laplace está incompleta. Está correcta no que respeita ao passado do Quando, mas não abrange totalmente o futuro.
Caine - Ah. O demónio de Laplace sabe tudo o que aconteceu no passado porque o passado é singular, pois todas as suas ramificações são para o futuro. Mas o demónio de Laplace não conhece o futuro com precisão porque existe mais do que um único. O demónio de Laplace sabe tudo em todos os futuros possíveis.
Ela - Sim. O futuro do Quando é probabilístico por natureza. Como vês perfeitamente os múltiplos Agora, vês todos os futuros possíveis; donde as tuas observações são infinitas. Como a realidade é um reflexo da observação, escolhes a tua própria realidade que se ramifica a partir de uma dado momento, pois és tu que escolhes o momento que desejas observar.
Caine - Compreendo. É por essa razão que não consigo ver o tempo todo de olhos abertos...pois quando observo o Universo este foca-se no Agora, eliminando alguns futuros possíveis.
Ela - Sim.
Caine - Mas...por quê eu? Por que sou eu o demónio? Por que não outro qualquer?
Ela - É meramente probabilístico, tal como a curva da normal. Toda a gente tem algumas capacidades «demoníacas». A maioria tem-nas muito fracas. Algumas têm-nas bastante fortes. Alguns não têm nenhumas. Donde que alguns têm-nas todas. Esses alguns são os demónios.
Caine - Se toda a gente tem algumas capacidades, então por que não conheço mais ninguém que viaje no tempo todo?
Ela - O tempo todo está preso nas suas mentes inconscientes. Podem vê-lo, mas não o compreendem. Por vezes este existe como um eco.
Caine - Como um déjà vu?
Ela - Sim. O déjà vu é uma memória de um futuro possível visto no passado do Quando. Tipicamente, o caminho que conduz ao futuro que as pessoas entrevêem não é seguido. No entanto, se for seguido com precisão, a memória sobrevém ao consciente...é isso o déjà vu.
Caine - Então toda a gente tem diferentes níveis de capacidade?
Ela - Sim, alguns têm níveis fracos, outros têm níveis fortes. Os que têm níveis fracos não têm, ou têm pouca, presciência. Não prevêem intuitivamente as consequências das suas acções porque não conseguem ver os futuros possíevis. Vão aos tropeções pela vida, cegos e estúpidos. As suas decisões são aleatórias, como aleatórios são os resultados dessas decisões. Os que têm níveis fortes conseguem ver muita coisa, apesar de aquilo que vêem ficar preso no seu inconsciente. Atribuem as suas boas ideias à «perspicácia», à «intuição» ou a uma «sensação». Na realidade, as ideias vêm-lhes dos futuros que entrevêem no tempo todo. No tempo todo toda a gente tem um futuro que é idílico e feliz. Aqueles que têm fortes capacidades tentam alcançar uma dessas vidas idílicas imitando as decisões dos seus futuros eus idílicos, observando os mesmos acontecimentos que os seus futuros eus. Daí tomarem boas decisões, pois o seu inconsciente sabe que aquelas são as decisões «certas» para alcançar um desses futuros felizes.
Caine - Mas há outros como eu? Outros...demónios?
Ela - Sim. Existem outros demónios no Quando. Sócrates, Alexandre, o Grande, Júlio César, Joana d'Arc, Molière, Napoleão Bonaparte, Hermann von Helmholtz, Vincent van Gogh, Alfred Nobel. Todos eles são demónios.
Caine - Eram todos epilépticos...como eu. É isso o que as convulsões são...pedaços do tempo todo a sobrecarregarem as sinapses?
Ela - Sim. A visão do tempo todo faz com que os demónios sofram no Quando.
Caine - De regresso ao Quando, que devo fazer?
Ela - O que quiseres. Tens o poder de escolher o teu futuro e, ao fazê-lo, alterar os futuros daqueles que te rodeiam.
Caine - Mas como é que eu sei que as decisões são as correctas? Está tudo interligado. Escolher algo que é bom para mim pode fazer mal a outros.
Ela - As decisões não são certas ou erradas. As decisões simplesmente são. Tens que escolher o que achares melhor.
Caine - Mas como é que escolho?
Ela - Isso é contigo.

The Prayer

There is a prayer intended to give strength to people faced with circumstances they don't want to accept. The power of the prayer comes from its insight into human nature...
"We ask God to grant us the serenity to accept the things we cannot change..."
...because so many of us rage against the hand that life has dealt us...
"...the courage to change the things we can..."
...because so many of us are cowardly and afraid to stand up for what is right...
"...and the wisdom to know the difference."
...because so many of us give in to despair when faced with an impossible choice.
The good news for those who utter these words is that God will hear you and answer your prayer.
The bad news is that sometimes the answer is no.

Monday, August 21, 2006

Improvável

"É mais do que complicado porque é infinito. É a eternidade, estendendo-se em todas as direcções simultaneamente, uma estrada de tal forma sinuosa, que se parece mais com um plano do que com um caminho. Mas o plano não está só... em cada intersecção entre os quadrilhões de nódulos que compõem a sua superfície existe outro plano, expandindo-se em ângulos impossíveis, girando e rodando, dobrando-se sobre si próprio uma e outra vez."

Thursday, August 03, 2006

Dance

Quem é que não gosta duma boa partida de futebol?!
Então quando os jogadores são chineses, sendo que uma das equipas possui um guarda-redes leão, com arbitragem a cargo duma cantora [cof cof], o resultado é...nem quero pensar! Toca a ver pa crer. Felizmente a música é fenomenal.
Dance!!!


Clap

Quem nunca ouviu um estalinho voluntário ou involuntário vindo dos seus dedos, que atire a primeira pedra.
Aquele clap que a tantos impressiona, a mim delicia-me. Impressionado fico quando uma alma pseudo-caridosa armada em médica me diz que os claps fazem mal, podendo mesmo originar artrite. Antes, o meu contra-argumento baseava-se na minha vontade e gosto pelo sentimento de ouvir mais um clap. Agora, após algumas árduas investigações científicas [ou não], já posso mandar todos passearem, porque estalar os dedos não faz artrite, não engrossa os dedos, não os entorta e não corro o risco deles caírem...
A questão de estalar os dedos assenta nas articulações. Ao que parece elas estão rodeadas por um líquido lubrificante de cor clara denominado por fluído sinovial. Este líquido contém 15% de dióxido de carbono dissolvido e quando se estalam os dedos estica-se a articulação criando desse modo uma zona de baixa pressão dentro do fluído sinovial. Origina-se nessa zona uma bolha de dióxido de carbono e de vapor de água que implode. O clap é o som do líquido a encher a zona da bolha rebentada.
Visto não envolver de nenhuma forma os ossos dos dedos nem a ariculação conclui-se que estalar os dedos não faz mal a ninguém, e é fixe!!!